Ando tão à flor da pele
Qualquer beijo de novela
Me faz chorar
Ando tão à flor da pele
Que teu olhar "flor na janela"
Me faz morrer
Qualquer beijo de novela
Me faz chorar
Ando tão à flor da pele
Que teu olhar "flor na janela"
Me faz morrer
Ando tão à flor da pele
Meu desejo se confunde
Com a vontade de não ser
Ando tão à flor da pele
Que a minha pele
Tem o fogo do juízo final
Meu desejo se confunde
Com a vontade de não ser
Ando tão à flor da pele
Que a minha pele
Tem o fogo do juízo final
Na semana passada
tivemos uma espécie de final de Copa do Mundo no horário nobre da tevê. Não se
tratava de partida de futebol, mas de um final de novela da emissora de maior
audiência da tevê brasileira e com uma pitadinha de polêmica, qual seja, um
beijo entre pessoas do mesmo sexo (chamado de beijo gay). Depois do episódio,
fanáticas torcidas se manifestaram pela internet e demais meios defendendo seus
pontos de vista.
Da mesma forma que a
paixão que o esporte bretão desperta nos corações brasileiros, a expectativa
pela realização do beijo entre personagens do mesmo sexo foi enorme (nesse caso
específico, do sexo masculino), considerado por muitos um fato histórico e uma
quebra de tabu. Evidentemente há preconceitos em nossa sociedade e o
preconceito quanto à orientação sexual é um dos que persiste com mais força.
O peso do moralismo
religioso nessas terras tropicais é muito forte, oriundos de uma herança
cultural com resquícios da moral medieval e fruto do fanatismo e da ignorância que
ainda alcança várias mentes de nosso país.
Só escrevo essas
linhas para mostrar que, diferente de muita coisa que tenho lido em diversos
meios, entendi a situação do beijo como outra qualquer, ou seja, uma expressão
de sentimento entre duas pessoas e que, obviamente por ser rara em nosso
cenário de teledramartugia, com certo apelo significativo.
Lembremo-nos de que o
beijo entre mulheres é mais aceito na sociedade ocidental (não exclusivamente
nela) em razão de nossa formação machista e, por isso, passou a constituir uma espécie
de fetiche masculino.
Contudo, em minha
visão, entendo não existir adjetivo para o beijo, para o amor, para uma união.
Não há beijo gay, há o beijo como expressão do amor, do carinho ou do desejo.
Para os olavetes e demais conservadores, lamento
que sua visão obtusa não consiga perceber nada além das alegorias toscas apresentadas em seu livro de mitologias preferido e queiram tornar isso mais uma desculpa para seu
repertório preconceituoso e imbecil, com o pretexto de uma espécie de cruzada contra um suposto gayzismo da sociedade brasileira.
Saudações e beijos!
Parabéns, ótimo texto!
ResponderExcluirAbs PRJ
Obrigado.
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