quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Eu choro, tu não choras

Hoje eu não vou te fazer chorar
Apenas agradeço todo e qualquer
Momento ou tormento

Calma, hoje não vou te fazer chorar
Nem nesse instante ou noutro
Mesmo se estivermos perto ou distantes

Como disse, hoje não vou te fazer chorar
Mas quero te lembrar de todo instante
Que feliz eu fui, mesmo quando relutante

Meu compromisso é hoje não te fazer chorar
Mesmo que meu destino errante me faça querer
Estar perto de você e que isso não possa acontecer

Encerro reiterando que hoje não vou te fazer chorar
Mesmo que a noite chegue e nos torne farsantes
E ao invés de você, sejam meus olhos a marejar

VRJ - poema escrito em 10/11/2012.

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Luzes de Natal

Me encanta o final de ano
Fim de ciclo e a renovação
É símbolo, tá bom!
Mas somos seres simbólicos
Tais luzes podem iluminar
Além das casas, nossas existências
Não é só um feriado cristão
É a própria esperança no coração
Pena que se perca tanto tempo
Seja nas lojas, seja no lamento
Mas desejo nesse Natal
Que suas luzes durem anos
E criem em nosso mundo 

Um novo ser humano

VRJ - poema escrito em 10/11/2012.

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Tempo efêmero

A vontade é que nunca termine
A realidade é que o vento levou
Nada melhor que responsabilizá-lo
Já que é natural que nada dure tanto

Mas tudo que é nosso, assim sempre o será
Isso não tem jeito e nem tempo para mudar
Mas as marcas das lutas e sua cicatriz estão lá
Impossível não levar em conta e não reparar

Adeus vida velha
Velha vida de Deus
Nada como mudar

E se o tempo e o vento
Em nada alterar
Mudo eu de lugar

VRJ - poema escrito em 07/11/2012.

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Vôo sem asas

Sofrer por muito tempo é voluntário
Não me sinto em função disso um otário
Mas tem gente que prefere focar no salário
Mas um dia assim, torna-se intermediário

Escrevi em poemas sentimentos presos
Os libertei para voarem como pássaros
E como todos eles, voam por necessidade
Daí surge a mais cruel forma de realidade

Mas pais e mães não entendem
E nem avôs e avós entendiam
Tampouco os filhos entenderão

Nessa última noite no planeta azul
Talvez espie indiscretamente a Lua
Ou apenas voe procurando o sul

VRJ - poema escrito em 03/11/2012.

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Afinados

Acrescento a partícula de negação “a”
Nem sempre representa negação
Mas na lembrança de quem fica
Passa a ser importante, necessária

Sejamos sóbrios, pois é coisa relevante
O que não se espera é o esquecimento
Seja no campo, seja na terra do cimento
Pulsar o coração e seguir firme adiante

Para a música da vida tocar sempre
Há que se afinar com as possibilidades
Ou deixar se levar pela morte, numa eternidade


VRJ - poema escrito em 02/11/2012.

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Pobre São Paulo

Não é de hoje que o amor sofre
Quando ele ressurge, há quem o recuse
Nossos “intelectuais” de direita piram
O clero e seus fieis os acompanham
Seu compromisso não é com o povo
Tampouco com a necessária mudança
Trabalham em nome do status quo
De nós, pensam que somos objetos
Necessários para o trabalho, por agora
Desde que usemos o elevador certo
Carinhosamente nos catequizaram
Mas encontram-se boquiabertos
Pois o caminho que dizem ser o correto
Não contempla nosso voto como certo
Aloprados os que assinaram a Lei Áurea
Pior os que acabaram com o voto censitário
Era tão bom fazer uso desse povo otário
Sejamos oposição à mudança e ao amor
Que o estado reprima antes que descubram
Todo mal que fizemos e que escondemos
Ao toque do plim plim, oculte tudo de ruim

VRJ - poema escrito em 29/10/2012.

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Proposta vil

Consuma meu ideal
Não há de lhe fazer mal
Ao menos irá me agradar
Facilito para que possa pagar
Caso resista à minha oferta
Só um aviso, caro colega
Na mesma hora vou com prazer
Esmagar-lhe como a um mosquito

VRJ - poema escrito em 27/10/2012.

sábado, 11 de outubro de 2014

Eu prometo

Era uma vez um candidato
Não gostava do povo
Mas precisava dele
Mesmo que às vezes
Vendeu nosso patrimônio
Sua alma ao demônio
Mas aparecia em pele de cordeiro
Beijava pobre o dia inteiro
Dos professores cuidava com zelo
Cassetete e tiro de borracha
Pelo ano letivo inteiro
Dois professores em sala (onde?)
Mas não tinha plano de governo
Setenta e sete por cento falava
Do adversário com falsos argumentos
Jogava sujo e contratou gente do seu naipe
Divulgava boatos, alterava e pervertia fatos
A imprensa, de joelhos, tentava ajudá-lo
Mas não há como mudar sua face
Não tinha nada de bom a apresentar
Por isso o afastemos hoje e domingo
Viva as ideias novas e o novo tempo

VRJ - poema escrito em 26/10/2012.

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Almejando a eternidade

Dizem que tudo na vida passa
Mas me nego a acreditar nisso
Pois vocês, queridos alunos, não passam
Alguns chegam de mansinho
Outros promovendo algazarra
O que fica é aquele sentimento
Um bem-querer sem tamanho
Toma espaço, torna-se soberano
Mas será que me sinto satisfeito?
Não é megalomania, nem desrespeito
Apenas gostaria de ter realizado
Minha tarefa a contento, quase perfeito
Desculpe-me pelas imperfeições
Mas se colaborei em sua formação humana
Fico feliz e recolho-me a minha insignificância

VRJ - poema escrito em 25/10/2012.

domingo, 5 de outubro de 2014

Ingratidão

Sofro desse mal nas entrelinhas
O culpado é inimigo mortal
Conhece-me bem e me desafia
Esconde-se no espelho e me azucrina

Mas como machucá-lo
Sendo ele, eu
E eu sendo ele
Minha cópia fria

Sade retro, satanás
Deixa-me viver só
Só viver, sem dó

E para não chatear o leitor
Aumentando o que já é dor
A chuva chegou para confundir
Serão lágrimas suas gotas de perdão?

VRJ - poema escrito em 21/10/2012.

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

A aposta

Ao apostar corremos riscos
Seja de perder, seja de ganhar
Mas existem aquelas que sabemos
Não há chance, já perdemos

Insistimos e erramos
Desperdício, não!
Só viagem que fizemos

Corre à boca pequena seu insucesso
Fruto do medo das pessoas à toa
Pensam assim desqualificar quem luta

Mas não pense que me entrego
Só no final dessa jornada, morto
É que vou somar as tais derrotas
E festejar as vitórias que são muitas

VRJ - poema escrito em 21/10/2012.

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

A culpa

Difícil encarar e aceitar o fato
Mas o insucesso é patente
Dele sou culpado e não o nego
Com prazer adoentado o fardo carrego

O pedido era para ser autônomo
Seja sentimental, seja financeiramente
De nenhum consegui a independência
Triste fim de um Policarpo Quaresma

Entrego a quem acolher
Meus restos mortais
Sepulte sem deferência

Pois minha falta de coragem
Foi desse cálculo, a diferença
Nada aprendi dessa experiência

VRJ - poema escrito em 16/10/2012.