terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Ave César!

O problema está na forma
A solução no conteúdo
Nunca fui o “Ás” da ciência
Menos ainda filósofo profundo
Sei que sem a razão nada sou
Afogo-me no lago mais fundo
Das certezas confortáveis
De águas turvas e fétidas
Aperfeiçoadas na estupidez
Das crenças fortificadas
Pela mentira sagrada

VRJ - poema escrito em 16/04/2014.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

A fuga

Hoje o verso faz sentido
Trata-se da fuga necessária
A realidade nos separa
A quimera nos ampara

Para não ser rabugento
Mexo com calma o caldo
E preparo a mandinga
Daquele jeito!

Mas agradeço a Athena
Ela nunca me faltou
Quem me faltou foi outra

Afrodite me abandonou
Deixei de acreditar na sorte
E num beijo me resgata a morte

VRJ - poema escrito em 16/04/2014.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

Sobre a sucessão dos instantes

Sua força é notável e irresistível
Não há o que possa detê-lo
Apesar dessa certeza espero
Recriar bíblica batalha
Davi e Golias dos pós-modernos
Enquanto pela razão me liberto
Dos seus caprichos somos reféns
Temos começo, meio e fim
Dizem que ele é infinito
O que não tem fim tem começo?
Sei que é senhor da razão
Só não sei qual a razão nisso
Sou preso a ele contra a vontade
E para me vingar de seu arbítrio
Consegui criar maneira de controlá-lo
Eis o relógio no pulso e na parede
A cobertura para essa heresia veio lenta
Sou presidiário do meu tempo
Só a morte me liberta e acalenta

VRJ - poema escrito em 06/04/2014.

sábado, 6 de fevereiro de 2016

A tortura midiática

Hoje tenho verniz democrático
Meu passado é comprometido
Manchetes para limpar a situação
Defendemos os valores da nação
De um povo indefeso e sem certezas
Inventamos, noticiamos e impomos
Editorais mostram nossa verdade
Escrotos e subservientes somos nós
Fugimos a nossa responsabilidade
Deixamos culpar apenas os militares
Somos os reais facínoras golpistas
Empresários do campo e da cidade
Impedindo que o povo escolha
Os destinos por sua própria vontade

VRJ - poema escrito em 31/03/2014.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

E tu?

As jornadas ruins acontecem
Os grandes também perecem
O que importa é que todos sabem
Que minha terra tem Palmeiras
Onde canta o sabiá
Aos que ficaram antes pelo caminho
E agora gozam com o pau do vizinho
Parabéns por sua classificação?
Mas não há o que festejar
Há tempos caíram no Paulistão
Sem mais com o que delirar
Aguarde por aí mais um mês
E verá seu time pelejar
Que venha a vitória aos melhores
Mas sei que aceitam bem a esmola
Somos tão grandes que para medíocres
Nosso revés os faz delirar

VRJ (Primeiro associado da turma do pistache) - poema escrito em 30/03/2014.