terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Aos vencedores as batatas e aos “neutros” nosso desprezo


Saudações a quem tem coragem
Aos que tão aqui pra qualquer viagem
Não fique esperando a vida passar tão rápido
A felicidade é um estado imaginário
Pense e dance
Pense
Pense e dance
Barão Vermelho - Pense e Dance

A opção brasileira de informar, formar opinião e construir conhecimento é uma das mais pusilânimes que existem. Não é só aqui, mas aqui nos incomoda diariamente. E também não acontece somente nos meios de comunicação de massa, mas (por exemplo) passa pelos bancos universitários, nos quais aprendemos que ser “neutros” é virtude, sabedoria ou outra babaquice dessa. Ninguém é neutro e quem tenta se passar por isso já se decidiu pelo lado do opressor.
Mas como a cobertura jornalística é vasta em exemplos desse tipo de posicionamento que se finge isento e na verdade atende as demandas de determinados grupos, os quais compõem a classe dominante daqui e do mundo, acabam por nos confrontar com maior frequência.  
A situação enfrentada pelos países do Oriente Médio e norte da África durante a chamada Primavera Árabe, as revoltas em países como Iraque, Afeganistão, Ucrânia e Venezuela recebem coberturas enviesadas e com um verniz de trabalho jornalístico profissional, isento e acima de qualquer interesse. Aparece em suas linhas, ondas ou imagens, apenas aquilo que as poucas famílias detentoras dos meios de comunicação de lá e daqui pretendem que seja visto, ouvido ou lido(obviamente). Ao recorrer aos escassos meios alternativos e pode se comprovar que a verdade é reconstruída de acordo com a versão conveniente.
Diante dessa concentração da “verdade” nas mãos de poucos, nós encontramos muitas dificuldades para conseguir montar o quebra-cabeças que se conhece por realidade. Sem contar na ingerência dos vendedores de ilusão (religiões) que tentam impor seus dogmas e controlar a ignorância nossa de cada dia.
Opinar, posar de bom moço e sempre querer aparentar ser uma entidade acima dos meros mortais que tomam partido, seja de uma lado ou de outro, muitas vezes apenas denuncia a covardia que assola muitos acadêmicos, outros tantos jornalistas e um sem número de bem informados leitores da Veja e seus similares.
Não cobro neutralidade dos meios e nem de ninguém, pelo contrário, quem diz não ter interesses, mas faz ampla cobertura é alguém em quem não se deve confiar. E o por quê dessa desconfiança? Todos temos interesses e uma empresa privada (meios de comunicação e universidades ou empresas, por exemplo) dão atenção e divulgação à aquilo que lhes interessa (e a seus anunciantes), assim como empresas estatais, contudo são gerenciadas pelo funcionalismo público e/ou por pessoas indicadas por quem elegemos.
Desejo uma sociedade sem desigualdades sociais e na qual os interesses fiquem explícitos e que todos estejam conscientes do que se quer e quem o quer. Evidentemente há mistérios em toda existência, mas se nos prepararmos com mais critério e esclarecimento, fica mais fácil distinguir o porquê de cada posicionamento.

Saudações posicionadas!

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