segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Lamentos I

Não me interrompa até eu diga
Não seque a esperança arrependida
Siga seu caminho sem despedida
A vida não para pra quem fica
E se já foi
Adeus
Não viva ferida e ressentida
Não se escolhe magoar a menina
Tampouco abrir antiga e dolorosa ferida
Apenas mostre sentimento e viva

VRJ - poema escrito em 27/03/2014.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Troca ilusória

O tempo passa
Às vezes cura
A esperança abala
Às vezes fica turva
O problema cresce
Como fosse um avião
Deus desaparece
E se a solução brota
Troca-se a tal solidão
Pela ilusória lorota

VRJ - poema escrito em 16/03/2014.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

A fatura da cruz

Em nome da propriedade
Dos costumes e da família
Vamos promover patifaria
A punição vai para Judas
E suas moedas reluzentes
Cuja luz mais tarde vai nos guiar
Melhor do que aceitar o fato
De que a culpa é toda nossa
Desde a manjedoura
Até o ato de crucificar
Culpem os romanos e os judeus
Persigam as bruxas e os ciganos
E quando a magia acabar
Os pagãos não vão reclamar
Caso também culpem cristãos
Pois alguém precisa pagar

VRJ - poema escrito em 04/03/2014.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

Das cinzas

Às folias e regalias
Ninguém renuncia
Mas apenas poucos
Tem isso em suas vidas
A possibilidade restrita
Ter a fartura que anima
Isso alimenta a esperança
Vida em abundância
O resto é careta
É errado
E eu estou livre
Já fui perdoado
É assim de onde venho
Não há deus
E aboliu-se o pecado

VRJ - poema escrito em 04/03/2014.