quarta-feira, 29 de junho de 2016

Aos ordinários

Sei que são muitos
Espalhados aqui e acolá
Controlam sua ordinária vida
Como médiuns inexperientes
Orientados por muitos espíritos
Todos perturbados e doentes
Negando as perguntas importantes
Já sabem tudo o que se precisa
Seguindo de cor e salteado
Como é infeliz a sua sina
Quem tenta fugir à regra
Recebe a paga mais fascista
Por ser regra a mediocridade
Somos na sociedade indesejados
Escapamos à sedução dos escravos
Queremos e inventamos a mudança
Incomodando poderosos e acomodados
Mas acaso você seja um desses bilhões
De bajuladores dos encastelados
Não se incomode com esse poeta
Pois sou tosco e de alcance limitado
Sigo meu caminho pelo outro lado
De coração lhe ofereço meus versos
E meu dedo do meio esticado

 VRJ - poema escrito em 04/06/2014.

terça-feira, 21 de junho de 2016

Um passo seguro

O passo de ninguém
Segue manual e tal
Mas todos desejam
As instruções do além
E da cartilha elas surgem
Dão sentido para a vida
Suavizam toda partida
Por outro lado também
Limitam as possibilidades
Mas o que procura o homem
Não é a sua liberdade
E sim o direito de ser alguém

 VRJ - poema escrito em 04/06/2014.

terça-feira, 7 de junho de 2016

Poema sobre nada

O mundo é isso mesmo
Mistérios e descobertas
Perguntas que incomodam
Sem o conforto das respostas
Janelas e portas abertas
Nem mesmo ele escapa
O nada não é nada
Por ser alguma coisa já é algo
Deixou de ser coisa nenhuma
Sua ausência foi roubada
Como se dono do que não há
Fosse a regra agora válida
Deixando de aceitar finalmente
O que se imaginou noutro tempo
Ser tudo aquilo que se sabe
Sobre o nada

 VRJ - poema escrito em 30/05/2014.

quarta-feira, 1 de junho de 2016

Desaconselhando

Na infância
recebi
Avisos e conselhos
ouvi
Muito pretendia e
segui
Algum ‘mimimi’
verti
Mas resisti e
construí
O possível
atingi
No último suspiro
faleci

 VRJ - poema escrito em 22/05/2014.