domingo, 15 de maio de 2011

(Re)Ação diferenciada

Café - Portinari

A história do bairro de Higienópolis começa no século XVI quando a sesmaria do Pacaembu foi doada aos jesuítas por Martim Afonso de Souza. A extensa área era delimitada pelo caminho dos Pinheiros (Rua da Consolação), Emboaçaba (Av. Dr. Arnaldo) e pelo córrego Água Branca. Na época da doação, a região foi dividida em três áreas: Pacaembu de Cima, do Meio e de Baixo.
Mais uma vez, o café foi o grande responsável pela mudança... até urbanística. A partir de 1900, começaram a surgir os casarões ao longo da Avenida Higienópolis. A maioria construída por barões de café, que moravam antes no bairro dos Campos Elíseos, comerciantes e industriais. Poucas mansões sobraram desse período, algumas delas tombadas pelos órgãos de patrimônio histórico.
Sesmaria é o nome que se dá a grandes lotes de terra que o rei de Portugal cedia aqueles que se dispusessem cultivá-las. Eram em geral incultas ou abandonadas. O bairro de Higienópolis correspondia a parte dessa região denominada Sesmaria do Pacaembu, e ocupada pelos jesuítas nos primórdios do Séc. XVI.
Porém, futuramente receberia o nome de Higienópolis (cidade ou lugar de higiene) devido às suas características, ressaltadas pela publicidade, tais como o fornecimento de água e esgoto, que na época eram existentes em poucos locais da cidade.[ Além disso possuiria também iluminação à gás, arborização e seria atendido por linhas de bondes, sendo considerado como o maior loteamento em extenção territorial e em importância social e econômica.


Fontes:


          O governo tucano realmente foi coerente ao atender aos pedidos da classe a que representa!
          Ceder ao desejo dos descendentes da aristocracia escravocrata (nossos nada saudosos barões do café!) foi a demonstração do desprezo que o tucanato tem pela classe trabalhadora de São Paulo e do Brasil.
           Uma verdadeira “banana” para a maioria dos paulistanos!
          As declarações preconceituosas e segregacionistas de alguns moradores do bairro de Higienópolis arrepiam os pêlos de todos aqueles que lutam contra o apartheid (isso mesmo!) pelo mundo.
          O bairro mencionado se consolidou exatamente sob a perspectiva de construção de um bairro distinto dos demais, ou seja, um local melhor pra gente melhor! Absurdo!
          Aliás, não é o único pela cidade, mas o melhor exemplo. Também serve para aqueles membros da elite e da classe média paulistana que não tiveram coragem ou oportunidade de fugir para os condomínios fechados (Alphalville ou Tamboré, por exemplo) ou mesmo ir morar em Miami.
          O nome sugere que lá há higiene (saneamento básico, entre outros atendimentos) e leva a entender que nos demais não há ou não haveria. Mas é claro, pois as autoridades governamentais sempre privilegiaram (com raras exceções) atender a seu público cativo. As periferias sofrem a falta de atendimento básico, enquanto as elites e a classe média subserviente recebem as benesses da “força pública”!
          Só conhecemos o atendimento a partir da negação de benfeitorias (como é o caso) ou através das filas e do não atendimento em hospitais, creches e escolas. Ah sim, além do braço armado do Estado burguês (polícia e exército).
          Nossa burguesia é deplorável, pois não sabe administrar sua hegemonia e nem deixa as migalhas caírem da mesa para atender a seus puxa-sacos. Apenas no pão e circo carnavalesco e um pouco no futebol.
          Tenho vergonha da nossa burguesia que ainda se pretende nobreza!
         Justamente por isso os “bons burgueses” de cá, tal como Barão de Mauá, tenham perecido em nossos Tristes Trópicos. Nessa hora, junto-me a antiga ideia do professor Florestan esperando a revolução burguesa no Brasil.
         Enfim, no fundo, os ex-senhores de engenho ou barões do café gostariam que voltássemos para as senzalas e que voltassem a permitir a divisão de entradas (social e de serviço).
         Parabéns aos companheiros que estiveram protestando nas ruas desse bairro PODRE de chique e contra o governador “picolé de chuchu”, agregado da Opus Dei!


         Abalemos os alicerces da casa grande!

         Saudações diferenciadas!



segunda-feira, 9 de maio de 2011

Os cães infieis e a volta da lei de talião



O Código de Hamurábi é um conjunto de leis criadas na Mesopotâmia, por volta do século XVIII a.C, pelo rei Hamurábi da primeira dinastia Babilônica. O código é baseado na lei de talião, “olho por olho, dente por dente”. 

É verdade que Osama Bin Laden é figura desprezível.

É verdade também que o imperialismo estadunidense é tão desprezível quanto!

Contudo hoje venho expressar minha preocupação em relação ao justiçamento yankee contra o líder da organização terrorista que deixou a grande potência de joelhos diante dos ataques de 11 de setembro de 2001.

A lei de talião teria sido deixada para trás há muito tempo, ao menos nas questões internacionais com maior repercussão, embora isso sempre tenha me parecido mais discurso do que procedimento de fato.

De nada adiantou estabelecer a Declaração de Direitos do Homem e do Cidadão (1789), a Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948) e a experiência de tantos conflitos na breve história da humanidade no planeta azul, pois continuamos a utilizar o expediente do “olho por olho, dente por dente” para resolver questões que ficam disfarçadas de problemas religiosos e culturais.

Gostaria de destacar que em todas as periferias do planeta essa é a lei mais conhecida e aplicada, todavia somos considerados fora da civilidade ocidental. Somos ainda vistos com desdém pelo mundo que se intitula desenvolvido. Aliás, dias atrás, em reunião dos Bancos Centrais, os países desenvolvidos apontaram a culpa pela demora na recuperação de suas economias aos procedimentos dos países emergentes diante da crise econômica mundial (pela qual, não esqueçamos, eles são os responsáveis!).

Os interesses econômicos da classe burguesa colocam explorados contra explorados e sua ideologia entorpece mentes e corações proletários. Sair desse ciclo não significa tomar parte de um lado ou de outro nessa lamentável história deflagrada no fatídico 11 de setembro.

A ideia aqui não é dar lição de moral, de história, de filosofia ou algo parecido, mas colaborar com as reflexões que tenho lido, visto e ouvido a respeito da festa e declarações de muitas lideranças e (de)formadores de opinião através dos diversos meios de comunicação.

Outra intenção era apenas tornar pública minha indignação em relação à petulância dos cães infieis (EUA) e a subserviência e entusiasmo planetário em relação ao assassinato promovido pela potência burguesa, a qual continua a achar-se no direito de decidir sozinhos os destinos da humanidade.

Não sejamos Pilatos!

Saudações discordantes!