quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Um fado

Minha alma navega entre amores
Alguns são doces e suaves
Outros impetuosos como tsunami

Mas ter deixado o coração noutras paragens
Não me faz alguém contente,
Quem sabe algum dia posso estar completo

Saindo do estado de sono,
Um bocado mais desperto
Quero um dia de felicidades, repleto

Um pescador de infortúnios
Com destino manifesto
Liberdade, liberdade... adeus, querido deserto!

VRJ - poema escrito em 20/09/2012.

terça-feira, 26 de agosto de 2014

Fim de noite

Do espaço um asteroide ameaça
Passa seguro, mas não abala
Pensei sobre o céu e imaginei
Eis de onde vem a graça

Nem a chuva quis aparecer
Porque, então, tenho eu que o fazer
Penso no infinito e sinto sede
Vou sorver a água e o tempo

Agradeço por mais um dia
Recebo também sua consequência
E grito com eloquência pela janela
Noite quente, bola pra frente!

VRJ - poema escrito em 19/09/2012.

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Prisão

Quem tem razão
Aquele que aceita
Aquele que luta
Não há discussão

Quem luta quer algo mais
Quem aceita sabe o que quer
Pra quê debater, então?

Falar a respeito não é mau
Sinistro é impor uma ou outra
A quem nem tá afim

Deixa esse gosto ruim
Aceita sua prisão como sua decisão
Enquanto busco, como um pássaro
Aquilo que é liberdade pra mim

VRJ - poema escrito em 16/09/2012.

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Desinteresse

Perplexidade ficou no passado
A Lua sumiu e levou minha alma
Perceber a beleza não é prioridade
Esquecer tornou-se apropriada realidade

Nada espero do dia que vai nascer
Tudo muda a cada segundo
Hoje vou louvar Jeová, Krishna e Alá
Amanhã serei adorador da verdade

Mas o relevante a se registrar
É que o negócio deixou de ser
Ter seduz por ser aceitação do lance
O desinteresse passou a prevalecer 

VRJ - poema escrito em 13/09/2012.

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Um amor que ficou

Não é intenção amar o que passou
Apenas quero retribuir o bem
Que a mim você fez e sempre fará

Quem não tem história não vive
Vivo pelo motivo de ter a minha
Talvez nada diferente do que outros

Mas a diferença é que eu a vivi
E a dividi com vossa mercê
Mesmo tudo tendo terminado

Tudo tem seu fim ou penso ser assim
Há até quem justifique seus meios
Em função de nobre finalidade

Sigo esperando que nossa alvorada
Por mim tão esperada
Tenha sido bálsamo em sua existência

VRJ - poema escrito em 11/09/2012.

sábado, 16 de agosto de 2014

Deus e seus caminhos

Pensava estar no caminho certo
Quando alguém me alerta
Esse povo é herético
Essa igreja não é de Deus

Venha até a mim e será salvo
As escrituras não mentem
Mas quem as escreveu, talvez

Caso tenha seguido erroneamente
Perdoa-me a ignorância
Mas fiz tudo em seu nome

Aprendi aqui e acolá
Que nenhuma igreja me salvará
Há caminhos diversos
E, dizem, o correto é mais estreito

Eis o que guardo no meu peito
Para ser alguém que lhe segue
Os ensinamentos não podem causar
Em minha mente algo que me cegue

VRJ - poema escrito em 08/09/2012.

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Certezas e caminhos

Quem sou eu?
Talvez só eu possa responder
Mas é pergunta capciosa
Nego-me a respondê-la

Quem diz tudo saber
Deve ter muito a esconder
A dúvida inquieta e incomoda
Inclusive por não estar em voga

Os caminhos da certeza
Ao invés de fortaleza
Mostram a fragilidade
De quem vive na maldade 

VRJ - poema escrito em 08/09/2012.

terça-feira, 12 de agosto de 2014

Anjo caído

Não se trata de julgamento
Apenas reflexão particular
Penso se quem caiu foi o anjo
Ou seria a confiança no livre-arbítrio?

Seja como for,
Tal questão não se apresenta
Talvez seja resultado
Da ociosidade de quem comenta

Fuja do estereótipo
Não aceite julgamento
Não acolha rótulos
Seja anjo e demônio

Para os que estão a seu lado
Não importa a sentença
Pois o juiz hipócrita está imundo
Confie na justiça extraterrena

VRJ - poema escrito em 03/09/2012.

domingo, 10 de agosto de 2014

Desapego

O que melhor há para curar?
Evitar a dor pode ser a opção
Entender o porquê das coisas
Penso que nada disso trará solução

Nesse instante em que se sofre
Nova ilusão nada resolve
Amores errados não são nobres
Pobre de mim que me enganei!

Agora a nova palavra de ordem
Vida longa ao novo rei,
Mas que se reconheça o bobo!

Sua corte não tem glamour
Mas terá riso e consideração
Desde que o desapego seja padrão

VRJ - poema escrito em 02/09/2012.

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Fim de mundo

Sem datas pré-estabelecidas
Sem aviso prévio ou alerta?
Natureza bela e esfacelada
Máquina, cérebro e destruição de verdade
O mundo acaba quando acaba a esperança

Maias, Incas e Astecas
Mais do que mitologia,
Há a destruição nossa de cada dia
Sigamos nesse rumo
O mundo está desencantado
O encanto está escondido em fórmulas

Sejamos arrebatados ou amaldiçoados
O que é patente é que somos descuidados
Desculpe-nos pelas falhas
Os ricos destroem
Mas herdam recursos e almas
Haverá vagas para todos?

Abrigos subterrâneos
Entrego sangue e suor pela justiça
Pertenço ao planeta água
Mas apenas pelo tempo que me cabe
No mais, sigo em paz.

VRJ - poema escrito em 23/08/2012.

terça-feira, 5 de agosto de 2014

Universo de estrelas

Sua imensidão me fascina
Seus mistérios me atraem
Observando a ti, percebo o passado

Nada melhor do que imaginar
Perder-me em sua vastidão
Sem ter certezas para atrapalhar

Creio que ao admirar suas luzes
Viagem longa rumo ao desconhecido
Paro e defino que sou feliz em ser você

A grande explosão nos afastou
A gravidade haverá de nos reaproximar
Sendo eu poeira do seu infinito ser 

VRJ - poema escrito em 18/08/2012.

domingo, 3 de agosto de 2014

Rio de Janeiro

Cidade maravilhosa é pouco
Rabiscada por Deus e amada por todos
Problemas aos montes, beleza patente

Encanta como macumba pra turista
Mas de sua esplêndida vista, o corcovado
Pães de açúcar a alimentar sonhos

Não és só bela, és realidade nua e crua
Morros pacificados ou não
Pulsa vida em seu coração

Voltará a ser capital em 2016
Só que agora do mundo esportivo
Forjado na antiguidade grega

Não abrirá escolas e hospitais
O transporte será um caos
Mas em lugar algum isso se alterou

Não dependamos de esforços olímpicos
Nossa grandeza sucederá através de outros meios
Educação e participação consciente,
Eis a mudança permanente.

VRJ - poema escrito em 12/08/2012.

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Sentimento versus Razão

Hoje é dia que descarto a ciência
Nada como uma boa causa para negá-la
Mitologia, religião e filosofia
Também dão sentido à vida

Caso aquilo que acreditamos nos faça melhor
Trata-se válida a experiência terrena
Ser humano melhor para si e para os outros
Eis o maior dos desejos dos sonhadores

Acalmar as mentes e corações
Acreditar em algo que apraz
Se um ou outro, tanto faz
Um viva para aqueles que são assim

Hoje vou deixar as certezas científicas
Preciso do agrado mágico
Aproveitando a esperança no invisível
Religando meu eu ao dos espíritos amigos

VRJ - poema escrito em 12/08/2012.