“O guerreiro de fé nunca gela, não agrada o injusto e não amarela, o rei dos reis foi traído e sangrou nessa terra, mas morrer como um homem é o prêmio da guerra. Mas ó, conforme for se precisar, afogar no próprio sangue assim será, nosso espírito é imortal sangue do meu sangue, entre o corte da espada e o perfume da rosa, sem menção honrosa, sem massagem, a vida é loka nêgo, nela eu tô de passagem..”
Racionais MC´s
Triste aquele que nunca teve alguém para admirar! Mais triste ainda aquele que não teve a honra de ser palmeirense nos melhores anos do maior goleiro que tive a oportunidade de ver jogar. Mas, diante de sua santidade, foi benevolente com as outras torcidas e também os permitiu apreciar seus milagres e seu jeito simples, cativante e verdadeiro de ser.
Em tempos de egoísmo exacerbado, pouca solidariedade e procura por vantagens pessoais a todo custo, eis que surge Marcos Roberto Silveira Reis, vindo de Oriente (pequena cidade do interior paulista) para inverter essa lógica através do esporte mais popular destes tristes trópicos.
Sua carreira iniciou-se no modesto Lençoense (cidade de Lençóis Paulista), onde atuou nas categorias de base do clube até 1992, quando foi contratado pela Sociedade Esportiva Palmeiras, tornando-se atleta profissional (mais tarde ídolo).
Desde os primeiros momentos no Verdão mostrou talento, carisma e também um grande pegador de pênaltis, característica que o marcaria nos momentos decisivos. Amargou bom tempo no banco de reserva, afinal de contas nossa Sociedade Esportiva é celeiro de grandes goleiros, mas em 1999, Velloso (titular até o momento) sofre contusão, Marcos assumiu a titularidade e não mais deixaria a posição por longos anos.
Predestinado ao sucesso, entra no time em plena Copa Libertadores da América, joga muito bem, destaca-se nos jogos contra o Corinthians na fase de mata-mata e torna-se fundamental para o título continental inédito do Palestra em 1999, ganhando a alcunha de São Marcos.
Na temporada seguinte novamente torna-se carrasco de nosso mais tradicional adversário e se consolida como um dos mais importantes jogadores palestrinos de todos os tempos. Infelizmente seus milagres não foram suficientes para conseguirmos o bicampeonato da Taça Libertadores, afinal a juizada e a cartolagem sulamericanas preferem times que falem espanhol ou que façam seu jogo para representá-los no Mundial de Clubes.
Além do período de conquistas no Verdão, talvez um dos maiores momentos vividos por Marcão e por quem o admira para além dos muros de Parque Antártica, tenha sido a copa do Mundo de 2002, onde, ao lado do Fenômeno, Rivaldo, Roberto Carlos, Ronaldinho Gaúcho e Cafu, foi determinante para que a Seleção Brasileira de Futebol voltasse com o caneco (Pentacampeonato) para nosso país.
Nesse mesmo ano de 2002, nós palestrinos, passamos pelo sofrido rebaixamento do Palmeiras no Brasileirão (ano em que o campeonato teve turno único!), tendo nosso santo recebido proposta milionária para jogar no Arsenal-ING. Recusou tal proposta em nome do amor pelo Palmeiras e pela torcida. Um ato que comoveu não apenas nossa torcida, mas mostrou aos demais que nosso ídolo não era só pegador de pênaltis e autor de defesas milagrosas em campo, mas que tinha outro referencial de sucesso e felicidade.
Em tempos de capitalismo ultra-selvagem e de desencantamento do mundo, nosso santo mostrou que há valores maiores do que o dinheiro. “A César o que é de César...”, acabando por ser alvo de críticas dos gananciosos de plantão.
Infelizmente, de lá pra cá, apesar de umas poucas boas temporadas, nosso santo sofreu o martírio característico dos seres de sua envergadura. Seja o grande número de contusões ou das desatrosas e nefastas direções que passaram nesse período em nossa Sociedade Esportiva Palmeiras, cumpriu sua missão de forma digna e ainda marcou nosso único momento alegre nos últimos tempos (Paulistão 2008).
Ao se reapresentar nesse ínicio de janeiro, tendo avaliado com sua família o melhor curso a seguir, decidiu-se pela aposentadoria. Mesmo sendo algo previsível, foi difícil de aceitar, mas fácil de respeitar.
São Marcos, nós torcedores do Palestra, agradecemos a você não somente pelos mais de 500 jogos que honrou nossa camisa, pelos pênaltis e defesas milagrosas que executou, mas por ter sido palmeirense, por ter vivido intensamente os momentos bons e os ruins, por não ter se escondido na hora do jogo ou das entrevistas, por ter sido ídolo e líder no gramado e fora dele.
Obrigado São Marcos de Palestra Itália!
Saudações santificadas!
O que dizer né... VIVA SÃO MARCOS! E OBRIGADO!
ResponderExcluirValeu Marcão.......
ResponderExcluirParabéns Valter
Um Abração e saudações alvi-verdes.
Eu não torço para nenhum time de futebol, mas, em seu trabalho (esporte), foi alguém incrivel e grande.
ResponderExcluirTeve grandes conquistas.
Pois é, amigos e amigas!
ResponderExcluirViva São Marcos e que encontre algo legal pra fazer nessa nova etapa da vida.
Abraços.