quinta-feira, 3 de julho de 2014

Eu, deserto

Não se trata apenas de lugar
Muitos nem lá queriam estar
Fiz minha existência assim ficar
Mas como fugir de um não-lugar?

Seu vazio tem conteúdo
Mas insisto em ser
Cego, surdo e mudo
Fechado para o mundo

Por não encontrar oásis
Passo o tempo a construir
Castelos na areia
Preso em sua teia

Sua noite é longa e fria
Seu dia é quente e sufocante
O Inferno de Dante
Mas é abrigo alongado

Sem água, sem comida, sem vida
A única preocupação nesse instante
É deixá-los, queridos amigos, distantes
E constatar que você não está!

VRJ - poema escrito em 07/07/2012.

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