quarta-feira, 30 de julho de 2014

Conexão sobrenatural

Agora apenas lembrança
Tempos passados me fazem sorrir
Como foi dolorido vê-lo partir
Restou-me o legado

Chega de rimas
Não quero esconder a fratura
Doeu, dói e assim continuará

Aquilo que não fiz em vida
Não fará a diferença depois dela
Deposito saudade em flores e velas

Que a oração ensinada pelo messias
Chegue aos ouvidos certos
Mantendo, assim, entre eu e você
Conexão adequada para aquilo
Que me ensinaste, mas não aprendi

VRJ - poema escrito em 04/08/2012.

segunda-feira, 28 de julho de 2014

Esconde, esconde

Conta-se até dez
A arte está em confundir
Ser encontrado é prejuízo

Lembra-me a vida ao inverso
Nela, conta-se com a sorte
Ser encontrado é fortuna!

Brincadeira boa
Verdade nua e crua

Um salve para quem vive
Por brincadeira ou pela existência

VRJ - poema escrito em 04/08/2012.

sábado, 26 de julho de 2014

Fim da linha

Seis da matina
Nuvens e manhã fria
Procurando esperança
No busão com alta lotação

Terminal e estação
Trem abarrotado
Conexão CPTM-Metrô
Palmeiras/Barra Funda

Sigo a caminho da Sé
Nessa hora sobra gente
E falta tudo, inclusive a fé
Correria e vagão sem espaço

Perco-me na canção do outro
Bate papo sem integração
Avisa aí no alto-falante
Estação Vila Mariana

Finalmente o ponto de chegada
Ou seria de partida?
Cotidiano de trabalhador
Trabalho até o fim da linha!

VRJ - poema escrito em 27/07/2012.

quinta-feira, 24 de julho de 2014

Monarquia anacrônica

Não se trata de crônica
É apenas mais um poema
Desse atrevido intrometido
Provoco a todos os amigos

O que quer essa senhora?
E seus súditos abobalhados?
E nós discutimos a embalagem
Deus salve a sacolinha!

Povo de primeiro mundo
Coisa chique e evoluída
Que mal há aceitar que são nobres?

Mal existe aqui e acolá
Nós que somos pobres
Não podemos aceitar tal afronta

Primeiro abolir a monarquia e livrar-se de toda mitologia
Passaremos, então, a lutar e derrotar a burguesia
O que temos a perder?
Nossa realidade prisão e a tirania

VRJ - poema escrito em 27/07/2012.

terça-feira, 22 de julho de 2014

Presente

Na sua ausência definitiva
Quero oferecer-lhe um presente
Antes preciso recolher de volta
Todos os sentimentos que lhe ofereci
Mas que foram esquecidos por aí
Ou simplesmente desprezados
Vida longa ao novo rei
Seja feita a vossa vontade!
Mas reis não são escolhidos
Somos forçados a aceitá-los, no pior dos casos
No melhor, somos os crápulas a apoiá-los
Portanto, querida amiga
Desejo que seja feliz
Assim eu poderei ser também
Não desejado por ti
Mas emancipado da vida
E das arbitrariedades do rei

VRJ - poema escrito em 26/07/2012.

domingo, 20 de julho de 2014

Embate filosófico

O que é a realidade?
Fatos sucessivos, experiência
Ou o caminho da pura racionalidade

Pensadores se posicionaram
Preocuparam-se em não ser enganados
Seja pelos sentidos, seja pelo devaneio racional

Mas há malucos em ambos os lados
Há alucinados em todos os lugares
Tem até quem tente superá-los

E para tal empresa recomendam
Novos loucos indicam a dualidade
Nem tanto a experiência, nem tanto a racionalidade!

VRJ - poema escrito em 24/07/2012.

quinta-feira, 17 de julho de 2014

Caminhos

Todos têm um caminho
Pensemos seja construído por nós
Por deuses ou pelo acaso
No meu caso exclusivo
Apenas vivo e reflito

Chegar pode ser o objetivo
Mas como trilhar o caminho
É o segredo e divisor de águas
Entre o feliz e o macambúzio
Eis o ensinamento preciso

Reclamar pode trazer alívio
Mas não é solução definitiva
Mudar quando indispensável
Dispensar quando necessário
Agir com princípios é a chave

VRJ - poema escrito em 19/07/2012.

terça-feira, 15 de julho de 2014

Leva

Leva meus pensamentos
Lava minha alma
Traga bons fluidos

Dessa forma me renovo
Novo mundo, nova mente
Escapo ao destino

Saindo da sonolência
Desperta a consciência
Realiza-se vida plena

VRJ - poema escrito em 19/07/2012.

domingo, 13 de julho de 2014

Perdido no plantio

Procurando meu destino
Perdi-me no caminho
Andando em desalinho

Ouvindo uma canção
Plantei todo o campo
O tempo fez seu serviço

Reclamei e fiz reboliço
Não era meu, nada disso
Mas não se aceita devolução

Hoje entendo, meu caro amigo
Colho os frutos dessa safra
E passo a todos minha emoção

VRJ - poema escrito em 18/07/2012.

quinta-feira, 10 de julho de 2014

Meu jardim

Rosas, margaridas e violetas
Ao longo dessa estrada as apreciei
Não fui raiz, mas recebi seu perfume
Talvez seja boa percepção da situação

Também aprendi a ser abelha
Arapuá auxiliando flores a se desenvolver
Fui amparado para entender
Todo seu esplendor e seu valor

Quiçá um dia mereça atenção de uma delas
Mesmo que me faça ser um pequeno príncipe
Servindo com amor e sem cobranças

Mas se isso for seu desejo
Ainda assim terei seu bálsamo
Que já me fará afortunado

VRJ - poema escrito em 10/07/2012.

terça-feira, 8 de julho de 2014

Copa é Copa


O momento da dor não é o melhor para se falar, mas também não dá para calar e por isso venho aqui dizer que a tristeza é grande. Quem ama futebol e torce pela seleção brasileira sofreu um golpe terrível nesse tenebroso “08 de junho de 2014”.
Na nossa Copa, novamente (Ah, Copa de 1950!), sofremos uma derrota dolorida e com requintes de crueldade. Uma goleada histórica, mesmo tendo sido para a forte, planejada e de futebol racional da Alemanha, nunca será esquecida. Mas a vida continua e precisamos assimilar o golpe, erguer a cabeça e aprender com aquilo que vivemos.
Penso que o mais importante nessa Copa seria que, ao contrário do prognóstico dos pessimistas, realizássemos uma Copa de sucesso, com muito espetáculo, acolhimento dos povos irmãos e sem grandes problemas. Realmente acho que conseguimos sucesso nesse objetivo.
Há tempos sabemos que a CBF é um toca de parasitas (assim como a direção de muitos clubes brasileiros) que pouco se preocupam com nosso desenvolvimento e só pensam quanto podem ganhar com essa ou aquela decisão. Reorganizar uma Liga Nacional forte, criar trabalhos de base com profissionalismo e assim começar a realizar um planejamento para podermos voltar a ser hegemônicos no futebol mundial.
Não vou me estender por aqui, porque a cabeça ainda está inchada e há muito ainda o que se pensar sobre tudo o que aconteceu nesse dia. Só quero ressaltar que essa triste derrota não diminui meu amor pelo povo brasileiro e pela seleção, pois nunca fui torcedor só de vitórias. De forma sempre sincera, alegro-me com as vitórias e choro as derrotas.
Mais importante ainda, para encerrar, não me sinto humilhado por placares desfavoráveis no esporte (inclusive goleadas ou rebaixamentos), sinto-me apenas triste com essas questões esportivas.
Como escreveu o poeta Sérigo Vaz:
O maior vexame da história do Brasil foi a escravidão.


Saudações entristecidas.

O poder do sorriso

Brilha e aparece
Abre caminhos e corações
Liberta-nos da jaula
Altera perspectivas

Seu poder pode não governar
Mas ele não há de ludibriar
É vitória certa a se alcançar
Use e abuse dele, pois bem o fará

Mesmo quem possa não merecê-lo
Com ele vai se encantar
Troque esse gesto para embelezar
Disso não vai se arrepender

Verá que barreiras irá suplantar
O véu que esconde o dia ensolarado
Vai desaparecer de acanhamento
Da alegria irá abundar amigos 

VRJ - poema escrito em 09/07/2012.

domingo, 6 de julho de 2014

Alucinação de cidade

Ó, minha cidade
És dura, mas é realidade
Venham todos fazê-la crescer
Ao final do dia irão desaparecer

Somos invisíveis
Não somente para o sistema
Desconhecidos até para quem está
Perto daqui, do lado de lá

Havendo lado, há diferença
Cruel ou não, trata-se de sentença
Mas quem julga essa causa?
Ó meu Deus, sinto náuseas

Poetas já a descreveram
Tendo ou não coração
Professo minha crença
E sendo fé, não desisto de ti

VRJ - poema escrito em 08/07/2012.

quinta-feira, 3 de julho de 2014

Eu, deserto

Não se trata apenas de lugar
Muitos nem lá queriam estar
Fiz minha existência assim ficar
Mas como fugir de um não-lugar?

Seu vazio tem conteúdo
Mas insisto em ser
Cego, surdo e mudo
Fechado para o mundo

Por não encontrar oásis
Passo o tempo a construir
Castelos na areia
Preso em sua teia

Sua noite é longa e fria
Seu dia é quente e sufocante
O Inferno de Dante
Mas é abrigo alongado

Sem água, sem comida, sem vida
A única preocupação nesse instante
É deixá-los, queridos amigos, distantes
E constatar que você não está!

VRJ - poema escrito em 07/07/2012.

terça-feira, 1 de julho de 2014

Procura-se

O que acontece quando se perde
Onde procurar o que foi perdido?
Talvez seja importante constatar
Tratar-se ser algo que lhe pertença

Nesse caso não me pertencia
Mas o contrário é apropriado
Não resisto, deito e viro para o lado
Bons sonhos, por hora

A esperança é a que mais demora
Passou do ponto, foi-se embora
Os raios de sol se desfazem
Diante dessa catástrofe particular

Não há mais luz e a tristeza me conduz
Mas sem deixar de acreditar em recuperar
Publico na edição de hoje da gazeta popular
Procura-se um novo amor para se amar!

VRJ - poema escrito em 06/07/2012.