terça-feira, 1 de abril de 2014

O dia que durou 21 anos, 50 anos depois!



Apesar de você

Amanhã há de ser
Outro dia
Eu pergunto a você
Onde vai se esconder
Da enorme euforia
Como vai proibir
Quando o galo insistir
Em cantar
Água nova brotando
E a gente se amando
Sem parar
Apesar de você - Chico Buarque


Há 50 anos o Brasil sofria um golpe covarde patrocinado pelos EUA, empresários nacionais e apoiado amplamente pelas camadas sociais conservadoras e pela grande imprensa.  E o pior é que não se trata de novidade em nossa história, tendo em vista que os diversos movimentos populares ao longo dela sempre foram reprimidos e o povo poucas vezes tivera participado das grandes decisões do país.
O clima instaurado pela Guerra Fria e pelas derrotas estadunidenses em diversas de suas apostas fez com que os canalhas nacionais angariassem apoios e dinheiro para destituir o presidente João Goulart, o qual se submeteu ao escrutínio popular na campanha na qual foi eleito constitucionalmente vice-presidente (sucessor do maluco e reacionário Jânio Quadros) e na campanha que trouxe de volta o presidencialismo ao Brasil.
Nesse ano de data tão simbólica, especialmente nas últimas semanas, nas quais diversas personagens que participaram ativamente da época e através de documentário e reportagens sobre o período e sobre toda a experiência vivida pelos brasileiros nas mãos do governo autoritário, as reflexões são fundamentais para que a história não se repita nunca mais.
É importante que valorizemos todo esse percurso histórico e que sejam esclarecidos todos os acontecimentos (Viva a Comissão da Verdade!) que outrora nos impediram de ter um país que alcançasse melhoras de vida significativas para seu povo. Valorizar o que temos agora, como a liberdade de expressão, apesar de toda a manipulação dos grandes meios de comunicação, nosso direito constitucional ao voto e a participação política, o maior acesso ao ensino superior e outras bandeiras históricas dos movimentos populares é fundamental para continuarmos nesse caminho para conseguirmos um país com justiça social.
Temos um caminho longo ainda a percorrer, pois a saúde pública, o direito a informação, o ensino gratuito e de qualidade, as reformas importantes como a urbana e a rural ainda pouco avançaram, mas a certeza de que estamos progredindo é patente.
Sem contar nossa ainda frágil posição contra os donos do poder no país e no mundo, ou seja, falta esclarecimento para muitos sobre quem são nossos aliados e quem nos explora há tempos, fazendo com que muitos ingênuos, alguns maldosos e outros ainda ignorantes desenvolvam uma espécie de síndrome de Estocolmo em relação àqueles que perpetuam a exploração do homem pelo homem.
Penso que isso não dependa tão somente de elegermos bons governantes, mas de sermos melhores no entendimento e na participação nas questões públicas, na postura firme contra o autoritarismo, na melhor compreensão do mundo e no combate ao abuso econômico por parte das burguesias nacional e internacional (aliadas desde sempre) e na melhora de nosso entendimento sobre a diversidade humana.

Saudações históricas!

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