sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Gotas

Pequenas gotas se juntam
Daí virá a chuva necessária
Acaso elas se juntem em terra
Lagos, rios e oceanos se formam
Por menor que nos pareça
Ela vem e nos abençoa
No seu ritmo e sequência
Surge e recebe sua digna coroa
Não a desconsidere jamais
Para além de sua infinita beleza

Você sabe do que é capaz

VRJ - poema escrito em 01/12/2012.

terça-feira, 25 de novembro de 2014

A saudade

Dizem que é expressão do que se viveu
Bons ou maus momentos, mas são meus
Mas ainda assim não deixam de doer
Pois passou e não há como reviver
Resta assentar a tristeza e encarar
O tempo que é senhor da razão

É cruel e pode sem piedade machucar

VRJ - poema escrito em 27/11/2012.

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Lei da atração

Hoje ao assistir a verde folha
Que, ao cair, me fez pensar
A gravidade é algo espetacular
Uma lei singular que nos atraí
Não há impunidade nesse puxar
Mesmo quem se faz importante
Não consegue de sua força escapar
Resta-me humildemente solicitar
Ó lei soberana, afasta daqui e faça cair

A cachoeira que teima em nos encharcar 

VRJ - poema escrito em 27/11/2012.

domingo, 23 de novembro de 2014

Nada posso além de minhas forças
Forcei a amizade e a vontade
Depois perdi a paciência e a linha
Nada que você também não fizesse
Disposição para errar todos temos
É só questão de tempo e preparo
Para que venha fugaz e sorrateiro
O mui desesperado e jovem erro


VRJ - poema escrito em 27/11/2012.

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Tá na média

Hoje posso triste perceber
Nosso mundo tá na média
É bom para os acomodados
Ruim para os inconformados

E se reclamo é por cuidado
Não adiantou ter estudado
Então impera essa mediocridade
Que não forma respeitável público

O individualismo domina
Parece que nós não existimos
Todavia teimosos não desistimos

Que a mediocridade termine
Que a consciência predomine

Para que o mundo não se arruíne 

VRJ - poema escrito em 25/11/2012.

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Um pouco de Drummond...

“Oh burocratas, que ódio vos tenho
e se fosse apenas ódio
é ainda o sentimento da vida
que perdi sendo um dos vossos.”


Carlos Drummond de Andrade

terça-feira, 18 de novembro de 2014

Tua culpa, minha redenção

Mais fácil admitir a falha alheia
Do que descortinar a verdade
Aqueles corruptos safados
Crio movimento indignado
VEJA como sou sujeito plugado
Mas se tropeço na lei vigente
Ofereço cervejinha ao guardinha
Jeitinho amigo de burlar a derrapadinha

Prefiro ver a verdade das novelas
A enfrentar a desigualdade e suas mazelas
Culpo a classe política e me canonizo
Não reclamo da exploração burguesa
Verdadeira responsável por essa safadeza
Morte aos corruptos da nação!

Vou me esconder nessa hipócrita bandeira

VRJ - poema escrito em 25/11/2012.

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Alienando

Quero ser sempre jovem
Anseio por seus produtos
Sua igreja nos informa
Não há pecado em querer
Quero sua Coca, seu automóvel
Minha vontade revolucionária
Vai ficar agora estacionária
Graças ao seu Black Friday
Posso ajudar?
Obrigado pela preferência!

Volte sempre

VRJ - poema escrito em 25/11/2012.

domingo, 16 de novembro de 2014

A vida não é fácil
Por isso levo na maciota
Do passado fiz maçaroca
Por fim descobri

O amor é paçoca

VRJ - poema escrito em 25/11/2012.

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Pobres certezas

Pensei que tudo sabia
Aconselhava com sabedoria
Entre o céu e a terra
Nada de mim escaparia
Nesse momento percebi
Quem nos esclarece são as perguntas
As respostas nos fazem confundir
Deixo as certezas para os dogmáticos
E vou ser feliz com a minha liberdade

VRJ - poema escrito em 22/11/2012.

terça-feira, 11 de novembro de 2014

Tentativa e erro

Pensei e falei
Falhei em pensar
Piorei ao falar
Decidi abandonar
Aí foi que errei

VRJ - poema escrito em 22/11/2012.

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Fim de feriado

Vai-te embora feriado
Eu nem tava querendo
Descanso pra quê?
Quem coloca comida no prato
Sabe que não trabalhar é embaçado
Mas também sabe do meu cinismo
Das manhãs de domingo
Dos dias inúteis, os mais úteis

Vai-te embora feriado
Que meu povo sofrido não tem luxo
Precisa de comida no bucho
Tudo objetivo, nada obtuso
Mas seja feriado cívico ou religioso
Entregaremos a ti a mais-valia
E não era o que eu queria
Queria viver e não sobreviver
Mas para isso é preciso consciência
Dessa forma iremos vencer
Ao menos ver seu sangue correr
Justiça em forma de revolução


VRJ - poema escrito em 20/11/2012.

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Eu, piolho

A classe média é alienada
Bate palmas para prisões
Mas não se livra de seus grilhões
São verdadeiros bobalhões
Manipulados pela mídia burguesa
Pois suas verdades viram certezas
Salve o moralismo!
Seja o romano, seja o pentecostal
Não vamos restabelecer a ARENA,
Mas a própria fogueira da inquisição
Já que em folhas desse estado escreveram:
O que houve foi “ditabranda”, não ditadura
Que esses boçais vão assistir suas novelas
Vão pela cabeça de outros, como piolhos
E continue a aplaudir quem lhes encarcera
Lutemos nós, que pensamos e existimos
Mesmo que o público nos classifique como vadios
Pois haverá em nossa morte contentamento sadio

VRJ - poema escrito em 17/11/2012.

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Ser ou não ser...

Se não é
Já foi
E se não foi
Será
Se ainda assim
Desejar
Posso assegurar
Fomos
Somos
E seremos 
Até o fim chegar

VRJ - poema escrito em 13/11/2012.

sábado, 1 de novembro de 2014

Eclipse

Os astros não ficam parados
Por que, então, eu ficaria?
Aquele que classificam como astro-rei
Com sua luminosidade esplendorosa
É eclipsado pela mais bela dama
Não há luz que não possa ser ofuscada
Nem escuridão que não possa ser dissipada
Basta apenas o movimento na direção exata
Às vezes quem é estrela poderosa
Submete-se à sombra sedutora
Noutras será a dama a esvaecer
Quer sejamos satélite natural a girar e gravitar
Ou mesmo uma estrela de quinta grandeza
Haverá sempre outras forças a intervir
Mas o caminho só será seguro para aquele que agir

VRJ - poema escrito em 13/11/2012.