segunda-feira, 29 de setembro de 2014

O frio

O frio mata milhões
O mundo pobre o diga
Que chora por lhe faltar
Abrigo em forma de lar

Mas quem se importa
Com a política de exclusão
Ladrão vira deputado
Pobre vira perturbador

A quem gosta desse mundo
Lamento, triste e profundo
Viva seu pão e circo moribundo

Resta-me aqui lutar e divulgar
Pelejar contra as injustiças
E seus representantes, modernos nazistas

VRJ - poema escrito em 13/10/2012.

sábado, 27 de setembro de 2014

Uma elite engenhosa

Nesse país de belezas naturais
Há uma feiúra que nos maltrata
Ó terra ingrata, filho seu não foge à luta
Somos filhos dessa elite vil e prostituta

Rouba-nos riquezas, alimento e a dignidade
Permite extorquir o produto de nosso suor
Terra de ditadura em forma democrática
Pois escolhemos nossos representantes

Dos gregos a farsa democrática
Também a tragédia, irmã da comédia
Renunciamos a esse destino infame

Vamos tomar as rédeas de nosso destino
Carinho aos irmãos de tristeza e fortuna
E derrubar essa elite engenhosa e soturna 

VRJ - poema escrito em 13/10/2012.

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Era uma vez...

Era uma vez um candidato
Prometia mundos e fundos
E não cumpria mandatos
Não governava pelo povo
Vendia do público seu patrimônio
Durante as eleições, em pele de cordeiro
Mas era vampiro e predador como lobo
Mas será que esse povo sofrido é bobo?
Não aceitará que o enganem de novo
A escolha é nossa e não refugaremos
Adeus velha elite de coronéis e seus fieis
A estrela voltará a brilhar
E o povo sofrido também reluzirá
Tendo em sua cidade novamente a certeza
De que a esperança continua vencendo o medo

VRJ - poema escrito em 11/10/2012.

terça-feira, 23 de setembro de 2014

Gentileza

Os sábios corroboram
Gentileza gera gentileza
Mas que bom, que beleza!
Coloque mais um prato na mesa

Tratar o próximo com deferência
Fazê-lo elegantemente como a uma rosa
Idéia de carinho, mais que deliciosa
Delicadeza que proporciona orvalho

Gentileza que refresca e alimenta a alma,
Que garante o sorriso e a transparência, com calma
Conversas pra cá e frieza pra lá,
Mas é a gentileza que faz se cativar...

Dessa sorte aceito ser cativo
Pois não se trata de obrigação, mas de união
Respeito a grandeza do ser
Afinal, gentileza gera gentileza

Vanessa Dezzoti & Valter Ramos Jacinto
07/10/2012

domingo, 21 de setembro de 2014

Pós-felicidade

Ao encontrar-me em seu olhar
Falta-me o ar para respirar
O tempo também parece cessar

Mas há tristeza ao acordar
Pois se trata de sonho, apenas
A permanentemente me torturar

O que faço da vida ao despertar
Procuro uma nova forma de sonhar
Inutilmente permaneço a procurar

Mas, ao fim da jornada, o que haverá
Doces lembranças a me assombrar
Pois o que era, jamais voltará

VRJ - poema escrito em 06/10/2012.

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Desfazendo

Do temperamento dos ventos
Apenas um desejo
Não desfaça aquilo que tenho
Já que tenho pouco nesse tempo

Mas quem pouco tem
Pouco perde também
Por isso sopre o seu vai-e-vem

Quem sabe na próxima estação
Mesmo que seja por perdão
Apanhe e despache malas e tristezas

Por pior que pareça
Quando se viaja leve
Não há quem critique

Nem sentimento que entregue 

VRJ - poema escrito em 04/10/2012.

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Manual do insucesso

Nem só de glórias vive o sujeito
Fazer o quê, já que não tem jeito?
De insucesso em insucesso sigo

Na verdade nem é tão difícil
Basta me entregar
E ser um perdedor

Nada que não possa ser superado
Nem que não cause mais dor
O necessário já se faz presente

Mas quem não pressente algo ruim
Passa de ingênuo à imprudente
Resta-me seguir descontente

VRJ - poema escrito em 01/10/2012.

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Desafio

Difícil não é viver
É tarefa inglória
Apenas sobreviver

Esperança é algo humano
Mas, mesmo sem merecer, 
Quero algo além do que oferecem, 

Atender apenas aos sentidos
Não é vida, é sina de quem vacila

Quero mirar o céu e não aceitar menos

VRJ - poema escrito em 01/10/2012.

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Gravidade

Não é a lei maior
Mas também governará
Imprevisto não há
Deixa apenas estar
Subindo ou descendo
Ela estará lá, pode apostar
Ignorar ou abandoná-la
Isso não mudará
Ela ainda existirá
Sua atração persistirá
E ao encontrar objeto menor
De atraí-lo, ela tratará
Cabe a nós, nesse instante
Aceitar sua força e orbitar

VRJ - poema escrito em 28/09/2012.

sábado, 6 de setembro de 2014

Desgosto

É amargo, vem do tinhoso
Mas não me abate, sou orgulhoso
Não acredito que me diminua
Mas me faz desgostoso

Às favas com essa droga
Sigo firme e desafortunado
Sem prêmios, nem beijinhos

Nada me abalará
Nem me desviará
O caminho é tortuoso

As nuvens mancham nosso céu
E, nessa vida, vou perseguindo
Seja a novidade, seja o seu carinho
Mas essa atitude não será o caminho 

VRJ - poema escrito em 27/09/2012.

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Poeminha da amizade

Que tal um sentimento que reconforta
Tratamo-nos, certas vezes, como idiotas
Mas o que realmente importa
Você sempre ao meu lado

Um sorriso, um abraço num curto espaço
Mas o que mesmo importa é o sentimento que conforta
Pra finalizar esse poeminha de amizade
Deixo aqui um sorriso com sinceridade


Vanessa Dezzoti & Valter Ramos Jacinto
23/09/2012

terça-feira, 2 de setembro de 2014

Servidão voluntária

Peço aos deuses
Dos antigos e dos modernos
Quero estar cativo, preso mesmo
Desde que meu destino esteja selado ao seu

Nada além dessa prisão
Basta-me essa emoção
O resto é prêmio de consolação
E o vento leva...

VRJ - poema escrito em 20/09/2012.

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Desfeito

Engenheiros constroem
Tanto quanto é permitido
Mas não o amor perdido
Esse, por sua frágil condição,
Penso estar despossuído
Entender suas linhas tortas
É algo impreciso
Minha alma é latifúndio
Necessitando de reforma agrária
Confundo sentimentos
Mas já acabaram os argumentos
Igualdade, liberdade e fraternidade
Refúgio de quem sofre por vontade

VRJ - poema escrito em 20/09/2012.