quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Eternidade, não!

Pensando em viver para sempre
A angústia apresentou-se
Pra que viver tanto?
Se ao perder grandes amigos e amores
O que me resta é tão somente pranto

O que muitos procuram
Não me apetece
Ficar eternamente nesse mundo
Não é dádiva,
É o triste destino terrestre!

VRJ - poema escrito em 04/05/2012.

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Meu mundo não é desse reino

Serás salvo se aceitar meu Deus!
Deus me livre de aceitar seu Deus!
Céu, Inferno e Purgatório
Adquira seus genéricos

Não há salvação dentro de qualquer igreja
Ser salvo é preciso
Salvar-se é desnecessário
Nascemos e sofremos purificados

Mil serão enganados ao teu lado
Dez mil devotos representarão a anacrônica direita
Mas a alienação religiosa não chegará a ti
Graças a Kratos!

VRJ - poema escrito em 27/04/2012.

sábado, 25 de janeiro de 2014

Perdido no tempo

Cotidianamente
O presente 
Representando o vazio
O futuro
Iludindo através da esperança
O passado 
Como doce lembrança

VRJ - poema escrito em 19/04/2012.

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Mestre e discípulos, vice e versa

O mestre e filósofo afirmou:
Só sei que nada sei
Mas no fundo muito ele sabia

Ao assumir sua condição humana precária
Sua santa ignorância diária
Deu a maior lição de todas
Humildade no trato com seus irmãos

Aluno, professor, educando, educador
A diferença entre eles
Não deve gerar desigualdade e dor

Educação é amar livremente o saber
Sigo aprendendo a ser feliz
A cada “bom dia, professor!”
Aos meus queridos alunos digo:
Sou-lhes grato por me permitirem ser
Eu mesmo!

VRJ - poema escrito em 10/04/2012.

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Reclama ação

Hoje deixei folgar
As reclamações
De nada me serviam
Nada construíram

Lamentações
Nem o muro merece
Sofrimento induzido
Por um ego sofrido

O Sol deu o ar da graça
Nada me cobrou
E reluzente
Como nunca d’antes

Dessa ação
Fez-se vida ativa
Minha inesperada atitude
Libertou-me das agonias dessa vida

VRJ - poema escrito em 10/04/2012.

sábado, 18 de janeiro de 2014

Minhas meninas

O caminho me foi apresentado
Alegria
Amor
Sofrimento
Terminando em tormento

Bem e mal são pontos de vista?
Sou cego
Ou apenas me nego
A sempre seguir esfacelado

Sigo desconfiado
Apresenta-se nova ilusão
Grito a todos:
Como sou afortunado!

Vida é traiçoeira
Pra quem parte
Voluntariamente
Em direção à ratoeira!

VRJ - poema escrito em 08/04/2012.

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

A diferença entre tucanos e petistas


O título desta simples reflexão é mais pretensioso do que aspirava quem o escreveu, pois não se trata de elencar todas as diferenças entre governos tucanos e petistas, apenas apontar uma significativa diferença no que se refere ao tratamento de problemas sociais e de saúde pública nessa metrópole cinza e chuvosa.

No início de 2012, nesse mesmo blog, escrevi sobre a forma desumana e patética com que a dupla aloprada Kassab e Alckmin tratou do assunto mobilizando seus recursos, sobretudo polícia e guarda municipal, para expulsar os moradores da chamada cracolândia. A intenção passou longe de resolver a questão, mas apenas pretendia “higienizar” a região da Luz e se livrar da encrenca que representaria para o período eleitoral vindouro.
O resultado dessa trapalhada todos nós conhecemos, ou seja, num primeiro momento os moradores/frequentadores da região foram expulsos pela braço armado do Estado, alguns internados à revelia (ferindo alguns de seus direitos básicos) e, além disso, novas cracolândias foram criadas em várias regiões da cidade. O problema, portanto, não foi resolvido, apenas momentaneamente desarticulado da região da Luz e esparramado pra outros cantos da cidade.
O prefeito petista Fernando Haddad teve postura totalmente diversa em relação aos dois patetas (Kassab e Alckmin) para tratar da situação, além de ter sido coerente com o discurso e com a prática de governos progressistas (esquerda). Analisou a situação, mobilizou seus recursos, elaborou com sua equipe uma proposta adequada e, assim que teve em suas mãos todo o planejamento e a negociação com os moradores da chamada favelinha da cracolândia, executou a ação sem nenhum problema registrado. Sem utilizar a força policial, a qual esteve no local e apenas observou a ação das secretarias municipais, sem ferir direitos ou criar constrangimentos a ninguém.


Durante a retirada das estruturas precárias nas quais estavam instalados os antigos moradores da região, funcionários da prefeitura das diversas secretarias e os próprios moradores auxiliaram na tarefa, criando um grande mutirão que esperamos representar o fim daquela situação degradante. Caso a experiência tenha êxito, outras regiões assoladas pelo problema serão objeto dessa mesma abordagem.
Conforme relatou versão eletrônica (de hoje, 16/01/2014) do jornal Folha de S.Paulo:

“Ao todo, cerca de 300 moradores foram cadastrados. Agora, eles ocupam 111 quartos em quatro hotéis da região.
O programa municipal prevê o pagamento de R$ 15 por dia aos usuários em troca de quatro horas de trabalho, mais duas horas de requalificação profissional.
Poderão participar do programa de trabalho apenas aqueles em tratamento médico.
Haddad ficou por 15 minutos na cracolândia. Alguns moradores lhe agradeceram. ‘Queria agradecer de coração pela oportunidade’, disse Marcio Alan, que saiu ontem da ‘favelinha’ e já começou a trabalhar hoje.
‘Uma boa parte vai conseguir deixar a droga’, disse o prefeito. 


Recuperar a dignidade de cada uma dessas pessoas é problema central, proporcionando as condições para a mudança necessária para que voltem a ter o controle de suas próprias escolhas de vida. Além disso, criar as condições para que possam voltar a participar da vida política e social de sua cidade e do país.
A oportunidade apresentada e a forma com que foram feitas as ações são o grande diferencial dessa abordagem e pudemos ver que dessa vez o problema foi tratado como uma questão social (saúde pública, inclusive) e não como uma questão policial e moralista, escancarando um das principais diferenças na visão de mundo e de políticas públicas entre tucanos e petistas.

 Saudações progressistas!

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Páscoa

Diante do desconhecido
Procuro algo que reconheça
Nada me é familiar
Dejavù

Navegar é preciso?
Renascer é necessário
Mudar o mundo requer
Coragem e vida extra!

Recolhendo-me
A minha miúdez
Religando meu ser ao Seu
Tornando-me vivo outra vez!

VRJ - poema escrito em 06/04/2012.

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Rolezinho

Levarei até lá minha namorada
A um não-lugar tão cobiçado
Um centro de compras bacana
Vamos ver um filme gringo
O PM me ameaça sem engano
Encosta o metal frio da sua arma
Dizendo que ali não é meu lugar
Isso é coisa de quem tem grana
Caso não saia de lá rápido, avisou
Incidirá em multa pesada
Dez mil contos que não ganho
Depois do mês de trabalho
Não posso passear em nenhum canto
Pois a praça não é mais do povo
O espaço público é terra de ninguém
E a propriedade privada tão valorizada
Mais do que o próprio deus ela é sagrada

VRJ

domingo, 12 de janeiro de 2014

A desinibida do Jardim Botânico


“De tanto se repetir uma mentira, ela acaba se transformando em verdade” – Joseph Goebbels

       Conforme escrevi anteriormente, como a oposição não tem projeto para o Brasil, os meios de comunicação acabam por tentar cumprir esse papel e, muitas vezes, de forma esdrúxula e anêmica, recorrendo muitas vezes a moralismos ou forçando a barra para tentar mostrar desvantagem em situação positiva.
Nesse sentido recorri a uma citação atribuída a Goebbels, homem forte das comunicações do regime nazista, o qual fez o trabalho sujo para Hitler e a cúpula de seu governo para criar as verdades de que precisavam viabilizando o estabelecimento de seu plano criminoso.
Dias atrás circulou pela internet a imagem de um gráfico produzido pelo canal Globonews (TV por assinatura das Organizações Globo), sendo esse um gráfico de barras simples para mostrar os índices de inflação no país no período entre 2009 e 2013 e conseguiu aprontar algo minimamente ridículo. Conforme o gráfico de barras apresentado, o índice de 2013 (5,91%) é maior do que os índices de 2011 (6,5%) e de 2010 (5,92%). Confira na imagem abaixo:



Até agora não vi nenhuma retratação do canal Globonews ou das organizações Globo, mas o silêncio ou uma explicação tão indecente quanto à permissão de algo tão mal preparado assim ter ido ao ar já são esperados. Provavelmente sobrará para algum estagiário da emissora, como é tradicional em nossa sociedade.
A Rede Globo é um dos braços “armados” da burguesia nacional e, como os demais (Veja, Folha, Estadão, entre outros meios) continuará a ser utilizada para manipular o público de acordo com os interesses dos donos do poder no país e para proteger seus fies aliados, como têm feito nos diversos escândalos de desvios de verbas públicas para interesses de particulares. Como nos casos de corrupção do DEM em Brasília e do PSDB em São Paulo e em Minas Gerais. Sem contar o caso de sonegação de impostos da própria Globo e sobre a qual que poucos falam e que seria um dos motivos para que sua concessão fosse cassada.
Cadê os paladinos da moral que gritam contra os trabalhadores e se calam contra seus patrões?
Pode parecer clichê, mas é fundamental:

O povo não é bobo, abaixo a Rede Globo!

Saudações anti-Globo!


sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Os defensores da moral e dos bons costumes

“O rosto enganador deve ocultar o que o falso coração sabe.”

“As leis são como as teias de aranha que apanham os pequenos insetos e são rasgadas pelos grandes.”
Sólon

      Irritam-me sobremaneira os discursos moralistas que circulam desde os meios de comunicação (jornais, tv´s, rádios e redes sociais) até os círculos íntimos, qual sejam a família e grupos de amigos. Talvez pelo período do ano eles têm sido enunciados com maior e embaraçosa freqüência. Esse fenômeno parece fazer parte de muitas comunidades humanas, inclusive saindo muitas vezes da boca ou da pena de pensadores do campo da esquerda.
    Nos dias atuais diversas são as bocas por onde escorrem todo o esgoto moralista que assola nossa sociedade, tendo como principais nomes (não no sentido de importância) Rachel Sheherazade, Boris Casoy, Lobão, Reinaldo Azevedo, além dos já tradicionais Ratinho, Datena e Marcelo Resende.
    Como animais políticos (sociais) que somos, sei que construímos ao longo de nossa história nossos sentidos de vida, ou seja, nossa cultura. E não uma cultura única, universal a qual todos estão sujeitos, subjugados em nome de um ou mais deuses. Cada porção humana espalhada pelo planeta ao longo da história humana enfrentou diversos desafios e construiu suas soluções para dar sentido a sua existência. Ao entrarem em contato umas com as outras, (re) criamos novas formas de entender nossa experiência terrestre, algumas vezes por troca cultural mais amistosa, outras por imposição cultural (utilizando violência, inclusive institucional).
      As notícias das últimas semanas de 2013 e da primeira semana de 2014 não são diferentes do que já vimos em outras passagens de ano. Contudo, a grande imprensa gosta de tentar vender suas velhas novidades como algo inédito. Mais do mesmo. Claro que o quanto de sal vão usar para temperar nossos cérebros “semi-novos” dependerá de quem será o alvo da vez. Seja na luta para atacar uma marca que não patrocina seu meio de comunicação, seja para agradar os donos do poder no país.
       Talvez o caso mais exemplar desse período tenha sido o tratamento dado pelos diversos meios e pelos (de) formadores de opinião em relação à Ação Penal 470, vulgarizado como mensalão. A enxurrada de imbecilidades proferidas e o tratamento de outros casos (considerados por muitos como similares) nos tribunais desse país e que não são noticiados pela grande imprensa e recebem tratamento diferenciado pela justiça (inclusive pelo STF) chega a ser piada e de péssimo gosto.
    Partidos políticos de esquerda, movimentos sociais e demais forças progressistas da sociedade não devem repetir o erro de investir nesse discurso moralista e hipócrita que foi habilmente construído pela burguesia e adotado pela classe média. A luta é pela hegemonia política dentro dessa sociedade que fora arquitetada na base do toma-lá-da-cá e da confusão proposital entre público e privado e que precisa ser superada para que realmente existam mudanças sociais e comportamentais significativas para que possamos construir uma nova forma de viver em sociedade baseada na solidariedade, no valor coletivo e público, sem moralismos (arma dos babacas!) e com justiça social.

Saudações sem moralismos!

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Tristeza d’Espanha

Fazer o bem
Sem olhar a quem
Dedicar-se ao amor
Sem cobranças

A reciprocidade
A meu mundo não chegou
Queria a ti
Sem querer
Minha embarcação naufragou

Agora a diplomacia
Inimiga se fez
Penso em como resolver
Nosso frágil laço
Que se desfez


VRJ - poema escrito em 05/04/2012.

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Falso descobrimento

Encerrado em meus pensamentos
Seguir não é fácil
Prazo, vida útil
Perdendo o compasso

Entrego-me à amargura
Do momento
Preso em meus devaneios
Libertando-me da cadeia comum

Tragando a vida, como o cigarro que abandonei
E o que tenho no final de minhas contas?
Mais do mesmo
Eu


VRJ - poema escrito em 05/04/2012.

domingo, 5 de janeiro de 2014

Micro-conto: A espera




Então ele a fez esperar.
Esperou tanto que tudo o que cultivara se desfez.
Clamou ao tempo uma segunda chance e recebeu resposta negativa.
_ Ó deus dos tempos imemoriáveis, por que não atendeste a minha súplica e devolveste a vida aquilo tudo que cultivei?
Nenhuma resposta audível recebeu.
No fundo sabia que não seria digno daquilo. Não de resposta divina, aquele ser no qual não acredita desde há muito tempo, mas pela falta de dedicação a quem sempre lhe estendera a mão.
Perdido nos anos de sua decadência e sem pressa de tomar a primeira atitude em sua vida, acendeu o fogão e dele fez a água quente para o café e ascendeu seu derradeiro cigarro. Era plano antigo parar com o vício que lhe arrancava vida aos poucos, assim como vivera até ali.
Nenhuma esperança lhe restava. Talvez... não, não... aquilo não vivera, apenas sonhara. Então, sério e decido, escolheu hora e local para a virada em sua vida. Será que chegara realmente o momento tão esperado em sua miserável existência? Assim o seja!
Resolveu avisar uns poucos amigos sobre a data festiva e àquela que seria sua companheira eterna. Recebeu alguns olhares de reprovação e outros de indiferença. Nada que pudesse alterar sua primeira importante resolução em vida.
Deitou-se, mas a euforia que lhe tomou o impediu de dormir aquela noite.
Guardou seus pertences, arquivou uns sentimentos e saiu em busca da felicidade.
Não era homem de posses, nada havia a deixar e ninguém a receber herança. Era homem simples e não gostava da ritualística religiosa dessas cerimônias, então apenas partiu.
Mesmo sem merecer em vida o amor de quem recebera, deliberou que entregaria seu último suspiro a ela. 

A espera havia finalmente terminado.

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Mudanças necessárias


“Nada é permanente, exceto a mudança.”
Heráclito


           Aviso logo aos amigos e amigas leitores que não se trata de texto esotérico ou de auto-ajuda, mas de acompanhar uma necessidade de mudança que a cada dia sinto mais forte e presente.
Desde a última tentativa de retomada desse blog da Resistência até hoje, algumas alterações na vida sucederam e por esse motivo, volto a ocupar esse espaço.
Despedi-me das redes sociais principalmente por motivo pessoal. Reconheço que possuem diversos atrativos e têm lá suas virtudes, contudo não faz parte do meu momento de vida, no qual tentarei resgatar outros tipos de vínculos com as pessoas queridas. Todavia não se trata de revolta ou algo semelhante, apenas necessidade de parar para ler, pensar e fazer as coisas com tempo melhor para a reflexão.
Deixo a convivência muitas vezes frenética com amigos virtuais queridos e que espero que venham me visitar nesse espaço para continuarmos travando diálogo sobre os diversos assuntos que afetam nossas vidas cotidianamente. Além dos textos que tradicionalmente já publicava por aqui, pretendo iniciar um espaço para os poemas que já venho escrevendo há algum tempo.
Enfim, as mudanças de que preciso e, acredito todos precisemos ao longo da vida, não seguirão somente pelos caminhos da internet, mas também serão sentidos na rede mundial.
Desejo a todos um feliz 2014, com momentos de alegria e com muitas conquistas!

Saudações renovadas,
Valter.