quinta-feira, 13 de maio de 2010

Apenas palavras



Vento No Litoral
Legião Urbana
Composição: Renato Russo

De tarde quero descansar
Chegar até a praia e ver
Se o vento ainda esta forte
E vai ser bom subir nas pedras
Sei que faço isso pra esquecer
Eu deixo a onda me acertar
E o vento vai levando
Tudo embora...

Agora está tão longe
ver a linha do horizonte me distrai
Dos nossos planos é que tenho mais saudade
Quando olhávamos juntos
Na mesma direção
Aonde está você agora
Alem de aqui dentro de mim...

Agimos certo sem querer
Foi só o tempo que errou
Vai ser difícil sem você
Porque você esta comigo
O tempo todo
E quando vejo o mar
Existe algo que diz
Que a vida continua
E se entregar é uma bobagem...

Já que você não está aqui
O que posso fazer
É cuidar de mim
Quero ser feliz ao menos,
Lembra que o plano
Era ficarmos bem...

Olha só o que eu achei
Cavalos-marinhos...

Sei que faço isso
Pra esquecer
Eu deixo a onda me acertar
E o vento vai levando
Tudo embora...


Tantos são os assuntos para “falar” que, às vezes, é mais cômodo calar-se. Já utilizei desse expediente em outras oportunidades, tento não fazê-lo agora. Também já lhes comuniquei oportunamente sobre minha triste hemorragia na veia artística. Sangrou, sangra e sangrará até o crepúsculo de meus dias.

Ano eleitoral com o tempero de uma copa do mundo de futebol, não apenas uma copa, mas a primeira a realizar-se no continente africano, no berço do apartheid institucionalizado de outrora. Triste ou alegre? Saberá lá o quê!

Encontros e desencontros desse orbe das expiações e provas, contagiados pelo entreguismo fácil e pelo abatimento fugaz. Acaso “ a vida vem em ondas como o mar, num indo e vindo infinito” porque nadar contra a corrente? Talvez pelo fato mesmo de tentar se livrar delas (as correntes!).

Nosso porto seguro, ou seja, nosso recolhimento até a parte que nos cabe desse latifúndio, poucas vezes tem vista para o mar e também, não raras vezes, nos proporciona a desventura da solidão das paisagens.

Enfim, o mar nos apresenta todo seu fascínio de forma sedutora e nos arrasta para águas nunca d’antes navegadas e, ao afogar-nos em seus mistérios, nos traga até sua imensidão incógnita. Oportunidade para otimistas, desgraça para pessimistas e apenas mais um dia para nós, os realistas.

Minha porção anarquista é entusiasta do caos e do apocalipse, contudo a condição humana pede explicações para me sentir confortável nessa relação tempo-espaço arrastada. E, nessa toada, sigo entendendo pouco, mas arrebatado pelo desconhecido.

Como pode alguém que admira a tal liberdade,  entregar-se ao anseio por ser preso ao destino de outro alguém numa dialética do amar/sofrer e ainda buscar sua síntese? Iracema ou Capitu, eis a questão! Melhor mesmo é fincar meus pés ao chão e trilhar novos caminhos bem longe da ficção, pois a vida não é para amadores, tampouco para amantes românticos, isso já passou para as páginas dos livros de história.

Encerramos nossas transmissões...

Saudações desencontradas!

4 comentários:

  1. Texto codificado e com mensagens nas entrelinhas, hein?

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  2. Ao menos parece, né Rodrigo?
    Apenas mais um texto desse bastardo inglório.

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  3. Nada do que foi será
    De novo do jeito que já foi
    um dia
    Tudo passa, tudo sempre
    passará
    A vida vem em ondas,
    como um mar
    Num indo e vindo
    infinito

    Tudo que se vê não é
    Igual ao que a gente viu há
    um segundo
    tudo muda o tempo todo no
    mundo

    Não adianta fugir
    Nem mentir pra si mesmo
    agora
    Há tanta vida lá fora
    Aqui dentro sempre

    Como uma onda no mar

    Como uma onda no mar

    Como uma onda no mar


    Gosto de quando o mar parece calmo... Geralmente ao entardercer, mas então, a gente se arrisca em sua maré e vem uma onda mais surpreendente que a outra. Não se engane, é o mesmo mar! Mas cada onda trás uma sensação diferente.
    Ás vezes, ela vem grande e nos faz levitar, tira nossos do pés do chão. Outras vezes, somos nós mesmos que damos um impulso para que possamos subir um pouco mais alto junto à onda. E ainda, é tão bom ficar se deixando envolver pelo balanço e aconchego do mar.
    De certo, tem onda que derruba a gente! Mas, sempre voltamos ao mar...

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