domingo, 25 de outubro de 2015

Rolezinho

Levarei até lá minha namorada
A um não-lugar tão cobiçado
Um centro de compras bacana
Vamos ver um filme gringo
Encosta o metal frio da sua arma
Dizendo que ali não é meu lugar
Isso é coisa de quem tem grana
Caso não saia de lá rápido, avisou
Incidirá em multa pesada
Dez mil contos que não ganho
Depois do mês de trabalho
Não posso passear em nenhum canto
Pois a praça não é mais do povo
O espaço público é terra de ninguém
E a propriedade privada tão valorizada
Mais do que o próprio deus ela é sagrada 

VRJ - poema escrito em 13/01/2014.

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