domingo, 25 de outubro de 2015

Rolezinho

Levarei até lá minha namorada
A um não-lugar tão cobiçado
Um centro de compras bacana
Vamos ver um filme gringo
Encosta o metal frio da sua arma
Dizendo que ali não é meu lugar
Isso é coisa de quem tem grana
Caso não saia de lá rápido, avisou
Incidirá em multa pesada
Dez mil contos que não ganho
Depois do mês de trabalho
Não posso passear em nenhum canto
Pois a praça não é mais do povo
O espaço público é terra de ninguém
E a propriedade privada tão valorizada
Mais do que o próprio deus ela é sagrada 

VRJ - poema escrito em 13/01/2014.

domingo, 18 de outubro de 2015

Esquecendo o retrovisor

Na minha viagem haverá mudança
Olhar para trás não será mais padrão
É claro que é necessário o perdão
Mas mirar o futuro traz esperança

Todos têm contas a acertar
Mas apenas viver o passado
Não trará bom resultado
Então melhor o cinto apertar

A mudança agora almejada
Não pode vir a conta-gotas
Terá que vir apressada

VRJ - poema escrito em 30/12/2013.

segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Eu, vândalo

Como não sei
Ignoro
Como não acredito
Não creio
Como nada tenho
Sou miserável
Por muitos sou julgado
Por poucos, compreendido
Pelos religiosos fui condenado
Para os liberais sou empecilho
Por todos esses fui excluído
Para os companheiros, um soldado
Sem balas no pente
Com a faca nos dentes
Quando olho pra frente
Vislumbro futuro diferente
Vejo o nada torturado
Pretendendo ser notado

VRJ - poema escrito em 26/12/2013.

domingo, 4 de outubro de 2015

Procura-se

O que procuro é difícil de achar
Ao menos é assim que penso
Pois parece que muitos já têm
Talvez meu problema seja outro
Para encontrar decidi ir de bonde
Enquanto outros espertos ousaram
Utilizaram a velocidade do trem-bala
Virtude minha nunca foi a rapidez
Mas parece que nesse assunto
Apenas agi com habitual estupidez
Recolho-me agora por um século
Quando o trem-bala estiver superado
Estarei preparado para embarcar

VRJ - poema escrito em 25/12/2013.