quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Liberdade de imprensa para quem, cara pálida?


"Quanto menos os homens pensam, mais eles falam"
Montesquieu

Retomo o tema das declarações de nosso Presidente, para mostrar a outra faceta polêmica da mesma entrevista concedida a Folha. Essa versa sobre o papel da imprensa.


Atribuí-se a Lula a afirmação de que à imprensa cabe a função de informar e não de fiscalizar.

Iniciamos partindo da clássica divisão dos poderes inaugurada por Montesquieu (séc. XIII), divisão na qual se instituem os seguintes poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário. Seja pela eleição (nos dois primeiros casos) ou através de concursos públicos, trata-se de poderes constitucionais e que, pelo menos na lei, são instâncias representativas e/ou especializadas para tratarem do interesse público.

Embora a imprensa tenha como função social tornar público os diversos assuntos de interesse das pessoas, em momento algum se permitem regulamentar algumas questões, acham-se intocáveis e qualquer argumento contrário, pertence aos que corroboram com a censura. Pensam estar além do bem e do mal. Na verdade a “grande imprensa” quer carta branca para acusar, julgar, condenar e achincalhar todos os que se colocarem contrários aos seus valores burgueses.

De acordo com os jornalistas Roberto Almeida e Moacir Assunção, em matéria do Estadão (23/10/09, caderno Nacional, A8), Sérgio Murillo de Andrade, presidente da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), expressa que a situação brasileira, que envolve pobreza e corrupção, não permite que a imprensa se ocupe apenas de informar. Ainda segundo ele, é preciso fiscalizar o Estado e até mesmo substituir autoridades policiais e judiciais na investigação.

Mas, digam-me por favor, onde reside a legitimidade desse pretenso 4º poder?

Trata-se aqui de algo temerário e recorrente em nossa história, ou seja, não se percebe a diferença entre esferas pública e privada. Os poderosos e donos dos meios de comunicação (e de produção), quer dizer, essa meia dúzia de famílias que as detém todas as concessões das emissoras, retransmissoras e os jornais querem controlar livremente mentes e corações. Isso é fato!

Que democracia é essa?

Que liberdade é essa?

Com certeza liberdade para poucos!

A discussão deveria passar pela ampliação da participação nesses meios de comunicação, inclusive com controle social, já que pretendem representar nossos interesses. O critério não pode ser o do poder econômico.

Bem, trata-se de discussão longa e polêmica e, por enquanto, paro por aqui.

Pensem e contribuam.

Saudações a quem tem coragem...

domingo, 25 de outubro de 2009

O Evangelho e o ciúme do pequeno príncipe


Nessa última semana fomos premiados mais uma vez com o espontaneísmo das declarações de nosso Presidente da República. E, evidentemente, a repercussão promovida pela oposição soou novamente como hipocrisia deslavada e desavergonhada.

Eis a declaração de Lula ao periódico da classe média paulista (Folha de S.Paulo):

“Qualquer um que ganhar as eleições, pode ser o maior xiita deste país ou o maior direitista, não conseguirá montar o governo fora da realidade política. Entre o que se quer e o que se pode fazer tem uma diferença do tamanho do Oceano Atlântico. Se Jesus Cristo viesse para cá, e Judas tivesse a votação num partido qualquer, Jesus teria de chamar Judas para fazer coalizão”.

Prontamente a patrulha da bancada do falso-moralismo aproveitou-se do espaço aberto pela sua mídia para fazer ponderações e demonstrar todo seu conhecimento teológico.

Destaco aqui especialmente a declaração de Fernando Henrique Cardoso (ex-presidente e sociólogo do ego mais inflado que já se viu abaixo do Equador) ao outro periódico paulista Estadão (sempre à serviço do status quo):

“Jesus se aliar a Judas para fazer política soa como uma blasfêmia... não foi isso que a gente aprendeu na escola, nas aulas de religião”

Há anos atrás esse sujeito declarou-se ateu, o que inclusive lhe custou uma eleição à Prefeitura de São Paulo, produz uma declaração cínica e oportunista como se fossemos idiotas desmemoriados.

Além do mais, o “príncipe dos sociólogos” parece lembrar-se mais das supostas aulas de religião do grupo escolar, do que de suas próprias aulas sobre política, sociologia e filosofia.

Relembrando Aristóteles: “O homem é um animal político!”

Recomendações ao príncipe, como diria o rei Juan Carlos de Espanha: ¿Por qué no te callas?

Cabe a cada um de nós lermos não somente as linhas, mas as entrelinhas das declarações e utilizar a técnica milenar de pensar antes de falar.

Aliás, retomando meus laços cristãos, lembro bem de certa passagem: Conhece-se a árvore pelos seus frutos!

Saudações...

sábado, 24 de outubro de 2009

Não somos farinha do mesmo saco: resistência à homogeneidade

Esse primeiro post nesse blog que acabo de criar, trata-se de um elogio àqueles que não defendem a democracia como um fim, mas a entendem como um meio válido. 

Nunca fui defensor das democracias clássica e nem da liberal, por entendê-las como instrumentos das elites que se perpetuam no poder desde as cavernas.

Enfim, tenho a convicção de que serei tomado como defensor de totalitarismos, populismos ou ditaduras, contudo não espero também a aprovação de uns e nem de outros, apenas pretendo me expressar independentemente das nobres opiniões dos sábios da mídia e da sabedoria popular.

Evidentemente que esse espaço celebrará a queda de máscaras dos ditadores e dos manipuladores de merda que assombram nossas cabeças por meio das produções alienantes da cultura de massas na qual vivemos todos.

É uma nada humilde tentativa de dialogar para enxergar a Matrix da qual somos cativos... Aliás, nada mais cativante do que as reedições da política romana do pão e circo... Ê vida de gado!

Também não se trata de mosaico de opiniões, entretanto terei prazer em ver comentários, afinal de contas não sou dono da verdade absoluta (ela nem existe!) e nem o portador da verdade histórica.

Contudo aos que, ainda assim, corajosamente porventura arriscarem-se a ler esse troço, não esperem algo “inteligente e inovador”, pois esses são valores da burguesia e de sua irmã mais nova (classe média). Não pretendo provocar-lhes orgasmos, pois essas classes já encontram espaço para isso na Folha, Estadão, Veja, Tititi, Caras e demais instrumentos de manipulação de massas.

Ah sim! O nome é descaradamente inspirado na canção de Milton Nascimento e Ronaldo Bastos e seu nome é um de seus versos.

Abaixo o pensamento único!

Saudações,
Valter.


Nada Será Como Antes

Eu já estou com os pés na estrada
Qualquer dia a gente se vê
Sei que nada será como antes, amanhã
Que notícias me dão dos amigos
Que notícias me dão de você
Sei que nada será como está
Amanhã ou depois de amanhã
Resistindo na boca da noite um gosto de sol

Um domingo qualquer, qualquer hora
Ventania em qualquer direção
Sei que nada será como antes, amanhã

Que notícias me dão dos amigos
Que notícias me dão de você
Sei que nada será como está
Amanhã ou depois de amanhã
Resistindo na boca da noite um gosto de sol

Um domingo qualquer, qualquer hora
Ventania em qualquer direção
Sei que nada será como antes, amanhã

Que notícias me dão dos amigos
Que notícias me dão de você
Sei que nada será como está
Amanhã ou depois de amanhã
Resistindo na boca da noite um gosto de sol
Resistindo na boca da noite um gosto de sol
Resistindo na boca da noite um gosto de sol
Resistindo na boca da noite um gosto de sol