Não se mede o valor de um homem pelas suas roupas ou pelos bens que possui, o verdadeiro valor do homem é o seu caráter, suas idéias e a nobreza dos seus ideais.Charles Chaplin
As eleições 2010 evidenciaram que a popularidade do presidente Lula se transformou em votos para a presidente Dilma. Ela representa a continuidade por ter sido funcionária de confiança do ex-presidente e por ter sido sua opção desde que imaginou ser importante construir uma candidatura vitoriosa.
Além das eleições majoritárias, a festa de candidaturas sem nexo para as eleições proporcionais se fez presente novamente. Tornou-se parte de nosso folclore esse desfile de bizarrices e seres estranhos a um regime sério de escolha de representantes para o Congresso Nacional.
Afinal de contas é histórico o desinteresse da classe dominante brasileira em apoiar o desenvolvimento sócio-cultural de nossa população e em levar a sério o regime democrático (nascido com defeitos claros, seja na Grécia clássica ou na Europa liberal).
Cabe-nos, então, lutar constantemente (através das ferramentas representativas tradicionais e da participação permanente!) para que possamos conscientizar nossos patrícios sobre a necessidade de criar (e ampliar) os instrumentos de participação direta nas decisões relevantes para nosso povo.
No entanto, intelectuais, cientistas de todas as áreas, meios de comunicação e demais “especialistas” aproveitam para aderir às teses conservadoras e preconceituosas de nossas elites a respeito na inaptidão de um sujeito oriundo das camadas populares dessa nação para representar seu eleitorado expressivo. A classe média e os menos abastados (ou nada abastados) acabam por receber a ordem de cima e disseminam tal preconceito pelas esquinas urbanas, rurais e virtuais. Isso sem contar que possivelmente são seus mais significativos eleitores, mesmo que a vergonha não os possibilite declarar seu voto.
Mesmo sofrendo preconceito e perseguição das elites e da classe média brasileira, Lula obteve sucesso em sua passagem pela presidência da República, o que não quer dizer que esteve (e está) isento das piadas e do ódio de classe, implantadas e dissipadas pela classe média e pelos meios de comunicação e assimiladas pela gente pobre de nosso país.
Resta desejar sabedoria, sorte e saúde ao deputado Francisco Everardo Oliveira Silva (Tiririca), apesar de não ter votado e nem ter sido entusiasta de sua candidatura. E sucesso em sua participação na Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos deputados. É importante salientar que seu sucesso nessa peleja é tão provável quanto o dos demais “nobres” deputados, filhos da... nação!
Porém, para garantirmos o êxito da tarefa em acompanhar o trabalho de nossos representantes eleitos e exigir maior participação na vida política de nosso país, faz-se necessário que tomemos finalmente para nós as decisões importantes para nosso desenvolvimento econômico, social e cultural, sem nossos tradicionais tutores e intérpretes.
Saudações participativas!