O homem é o lobo do homem – Thomas Hobbes
Sei que parece tarde, mas é sempre válido tentar entender o que acontece nos discursos políticos e nas intenções de seus atores. Refiro-me à pérola apresentada por Serra e sua candidatura à presidência em seu discurso de oficialização.
Mas preciso iniciar me retratando com os lobos, animas que lutam por sua sobrevivência e a cuja aparente violência apenas retrata nossos sentimentos de culpa por sermos, não mais predadores pela necessidade, mas pela maldade!
Lamentável a naturalização das desigualdades sociais, encampadas pela “inteligência” tucana, a qual dizia-se defensora dos fundamentos democráticos e que, por mais que desejem possuir um verniz popular, trata-se da defesa de governo de elites, assim como é a democracia tão apreciada pelos ignorantes de sua formação, quer seja na Grécia Clássica dos privilégios e da escravidão, como na Europa Moderna das desigualdades e da xenofobia.
Ao discursar para tentar conciliar interesses de classes contraditórias, tenta “diabolizar” os instrumentos de luta e de justiça social, assim como as entidades que os apóiam e que fazem campanha contra a ampliação de direitos adquiridos em parte do hemisfério norte lá nos séculos XVIII e XIX, os quais ainda não se fazem presentes no hemisfério sul. Trata-se, ainda, dos déspostas esclarecidos tentando sustentar estrutura que os privilegiem em pleno século XXI.
Ao dizer que, caso eleito (batendo na madeira nesse momento!), irá governar para ricos e pobres, sem incitar disputas (de classes!) trata como otários todos os trabalhadores que há tantos séculos vem sendo explorados e que nunca têm espaço de fato (às vezes de direito) para levar suas reivindicações legítimas. Quando surge liderança aparentada com sua desventura, prontamente são desqualificadas ou comparadas ao que entendem ser ridículo ou revanchismo.
Enfim, já escrevi anteriormente que não se serve a dois deuses simultaneamente, pois isso implicaria em problemas de diversas ordens. Contudo, sabemos do que os tucanos são capazes, principalmente no estado de São Paulo, do qual não largam o osso há diversas eleições e no qual aproveitam-se do comodismo e conservadorismo de seus habitantes para perpetuar suas (más) intenções em termos públicos e privados. Apresentam a “cenourinha” que a classe média tanto gosta e nos enfiam goela abaixo (será aí mesmo?) seu projeto entreguista e neoliberal.
Não somente através de meu voto, mas através de discussões e ações, pretendo contribuir para que tal projeto não volte à esfera federal e que nos livremos desses “cães infiéis” também aqui em nosso estado.
Deixo a sugestão para a reflexão do(a) leitor(a) amigo(a).
Saudações!